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domingo, 31 de agosto de 2014

Página 17 - A importância da acessibilidade e da inclusão social


Ao abordar a questão da acessibilidade e da inclusão social, me vem a lembrança uma propaganda veiculada no canal National Geography.  A propaganda mostrava os dilemas do ser humano normal diante de um telefone público adaptado para cadeirantes e uma biblioteca contendo apenas livros em braile.
Diante disso paramos para fazer uma reflexão e percebemos que estamos construindo um mundo apenas para os normais e estamos esquecendo de uma parcela da humanidade que também convive conosco mas que também necessita ter acesso a uma série de lugares ou que depende de encontrar acessibilidade para que ele possa desfrutar da mesma qualidade de vida que desejamos.
Para Nena Gonzalez e Sheyla Mattos, acessibilidade “são as condições e possibilidades de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de edificações públicas, privadas e particulares, seus espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, proporcionando a maior independência possível e dando ao cidadão deficiente ou àqueles com dificuldade de locomoção, o direito de ir e vir a todos os lugares que necessitar, seja no trabalho, estudo ou lazer, o que ajudará e levará à reinserção na sociedade”.
A Copa do Mundo realizada no Brasil em alguns momentos demonstrou que muitos seres humanos sem ética e sem caráter, utilizaram de forma abusiva a prerrogativa de portadores de necessidades especiais para garantir um bom lugar nos estádios de futebol para assistirem as partidas da Copa do Mundo.
Como se não bastasse isso, todos os dias, em algum estacionamento privado ou público, um motorista desavisado estaciona seu carro ou na vaga de um cadeirante ou em frente à rampa de acesso dos cadeirantes, da calçada para a via pública, e o fazem sem a menor cerimônia.
Elas afirmam ainda que este ainda é um grande desafio, uma constante maratona. E além das barreiras físicas presentes existem outras psicossociais que são inerentes às questões da pessoa com deficiência e que necessitam ser removidas: o preconceito, a ignorância e o medo.
Nena e Sheyla explicam que “A pessoa com deficiência física por lesão medular apresenta perdas ou reduções em sua estrutura física, portanto sua personalidade, seu modo de agir e pensar permanecem os mesmos. Trata-se, portanto, de alguém que se encontra numa situação de grande dependência, sendo o uso da cadeira de rodas referencial fundamental para o seu relacionamento com o meio, com o mundo. É preciso vê-la como participativa, integrada ao meio social, fortalecendo sua adaptação e aptidões e, entender que o que está errado são as edificações,os transportes etc., estes sim são os deficientes”.
Elas esclarecem ainda que “combater toda e qualquer forma de preconceito e discriminação é nossa obrigação como cidadão. Essa luta deve ser travada diariamente, em casa, no meio social e no trabalho. A nossa participação nesse processo é fundamental – respeitando as diferenças na construção do direito a cidadania, mas principalmente como atuantes e não meros expectadores”.
Portanto, depende de cada um de nós assegurarmos o direito à igualdade, ao respeito ao próximo, não por imposição, mas por uma consciência de responsabilidade social, por sentirmos que o significado da fraternidade nos eleva enquanto seres humanos, uma vez que somos responsáveis pela qualidade de vida de nossos semelhantes.
Afinal como está expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Vale ressaltar que os Direitos Humanos se aplicam a todos os indivíduos independentemente de sexo, raça, língua, religião ou deficiência, e estão acima de qualquer diferença e condição social. Incluem-se aí os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e de desenvolvimento, sendo definidos em muitos documentos internacionais.
A inclusão social – Já houve um tempo em que uma criança portadora de necessidades especiais ou de problemas psicomotores ficava trancada dentro de casa longe do convívio social. Hoje, graças ao avanço da ciência e das inúmeras técnicas de fisioterapia, e ainda de projetos sociais relevantes essas pessoas estão tendo a oportunidade de conviver com a sociedade expandindo os seus limites. Um exemplo prático disso é o Projeto que a Prefeitura Municipal de Vila Velha vem executando na Praia da Costa, no balneário próximo ao Clube Libanês. Ali, diariamente uma equipe de pessoas aptas e treinadas proporciona a pessoas com problemas psicomotricidade o prazer de tomarem um banho de mar. Ainda nesse mês de agosto, um atleta de rugby em cadeira de rodas, da seleção colombiana, teve o prazer de participar e tomar banho de mar na praia mais famosa de Vila Velha.
Certamente não há palavras para descrever a emoção que o atleta e tantas outras pessoas que curtiram o banho de mar, sentiram, e nem mesmo dos profissionais da prefeitura que diariamente proporcionam essa alegria.
Como disseram as pesquisadoras Nena e Sheyla, é preciso que o ser humano seja imbuído de um sentimento de fraternidade, mas também fiscalizados dos direitos do portador de necessidades especiais, para que ele seja respeitado.

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