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domingo, 31 de agosto de 2014

Página 16 - O surf e a Barra do Jucu


“Dar a César, o que é de César!”

A expressão acima vem a calhar no momento em que a Revista Gaivotas Up! aborda duas reportagens mostrando dois surfistas que deixaram suas marcas e seu nome nas ondas das praias capixabas, Nelson Ferreira e Guto Bazoni.
Mas falar dos dois e não falar da importância histórica que a Barra do Jucu têm para com esse esporte, seria uma temeridade. Pois os amantes do surf sabem e se orgulham de dizer que a Barra do Jucu é um capítulo à parte na história não apenas desse esporte, mas também do bodyboarding, onde podemos destacar a atuação da campeã mundial, Neymara Carvalho.
De acordo com Homero Bonadiman Galvêas em sua obra “A História da Barra do Jucu”, “a atuação dos surfistas sobre as ondas serviu para diluir o medo dos nativos e turistas, que pouco freqüentavam a praia do Barrão no inverno (no verão as ondas diminuem)”.
Além disso, a Barra do Jucu possui uma importância histórica no seio cultural, pois foi nela em 1974, que foi inaugurada uma Galeria de Artes que mostrava regularmente obras de artistas capixabas.
Outro fato que merece destaque na cultura capixaba e que surgiu na Barra do Jucu foi a banda de congo que passou a ser vista pela mídia, resgatando esta manifestação do folclore capixaba. Isto fez com que em 1988, surgisse a primeira Banda de Congo mirim, da qual cinco ex-integrantes viriam a constituir a Banda Casaca, que é uma das primeiras bandas pop a se constituir num fenômeno capixaba, levando para o mundo um pouco das músicas entoadas nas apresentações de Congo para o mundo.
Homero informa ainda que “o bloco de carnaval mais famoso da Barra do Jucu, o Surpresa (que possui como característica a sátira e a ironia com os nossos líderes políticos locais, regionais e mundiais), sempre lembra com alegorias e músicas, os aspectos ambientais, fazendo um protesto bem humorado, impessoal e criativo, lembrando situações acontecidas na comunidade”.
A Barra do Jucu apresenta ainda outra peculiaridade e fato que merece ser retratado nessas páginas, o fato de que os surfistas locais abraçaram a causa da ecologia para lutar e defender o meio ambiente. Hoje, se a cidade de Vila Velha possui uma Reserva Ambiental de Jacarenema preservada, deve-se a esses pioneiros que criaram duas entidades no bairro para defender o Rio Jucu e toda área ambiental localizada nas proximidades da Barra do Jucu, que são a AMABARRA e a BARRA LIMPA.
A AMABARRA foi inaugurada em 2001 e recebe verbas da empresa RODOSOL para investir em projetos ecológicos. Já a BARRA LIMPA, é uma entidade que faz um trabalho no sentido de que, “se você não fizer ninguém vai fazer”, coerente com a noção do homem como agente na história. Isso quer dizer que o próprio morador pode limpar a rua, se a prefeitura não o fizer, e se não há arborização, cada um possui o direito e o dever de plantar uma árvore.
Seja como for todo esse movimento em defesa do meio ambiente, começou em 1982, com a Associação de Surf da Barra do Jucu, a mais antiga do Estado do Espírito Santo, que também está voltada para o sentido ecológico. Homero conta que essa entidade “realiza circuitos de surf e campeonatos com limpeza das praias, distribuição de mudas de árvores nativas, além de colocar nos campeonatos como um alerta o nome “SOS JACARENEMA”, onde uma boa parte dos surfistas atua como verdadeiros fiscais da natureza, denunciando a destruição de áreas verdes às entidades ambientais, irregularidades na pesca e poluição hídrica”.
Finalmente Homero relata que, “os pioneiros do surf na Barra do Jucu foram: Arthur Filho (Taru), Helinho Viana, Sérgio Rossi, Sérgio Vellozo, Andersom Fidalgo (assassinado há alguns anos, e que dá nome à antiga Avenida Beira Mar), Nelson Abelha, Renatinho e Carlinhos Shalders, Renato e Sergio Larica, Orlando Ferrari, Gil e Memeco Bernardes, Ricardo Chamon, Valtinho Balunga, Gui Aguiar, Artur Quiapani, Bolão, Dida, Leko, Leléu, Riquinho Valadares, Hudson, Arthur Cupertino, Zé Nogueira, Luciano Struzenecker, Marcos Bobo, Paulo Sérgio, Preju, Biam e Saulo Fidalgo, Dudu Melão, Alexandre Coelho, Guto Bazoni, Jiló entre outros” e ele, que começou a surfar em 1986, concluiu.

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